sábado, 12 de setembro de 2009

o aqui e o agora

"A coisa mais importante é o aqui e o agora. Este é o momento eterno, e se não o percebes, perdeste a melhor parte da vida, perdeste a percepção de que és portador de uma vida contida entre os pólos de um futuro inimaginável e de um inimaginável e remoto passado. Milhões de anos e incontáveis milhões de antepassados trabalharam para este momento, e tu és o cumprimento deste momento. Tudo o que passou não é mais a realidade, e tudo o que será ainda não é realidade. A realidade é este momento. Olhar a vida como se ela fosse mera preparação para coisas futuras é como se não fosses capaz de saborear sua refeição enquanto está quente. Esta é a verdadeira doença de nosso tempo: todos estão em primeiro lugar aflitos com o futuro. Admite-se que as coisas vão muito mal, de modo que todos tentam pular fora delas, e por isso nunca progridem. Desconhecem o fato de que para minimizar a angústia gerada pelas fantasias sombrias acerca do futuro, deve-se tomar cada momento como o momento eterno, como o exato instante para realizar as experiências necessárias à construção da vida, sem antecipar um remoto futuro. O futuro brota sempre daquilo que existe agora, e não poderá ser sadio se brotar de solo mórbido; se somos mórbidos e não percebemos isto aqui e agora, é claro que acabaremos construindo um futuro doentio. Todos nós estamos experenciando as condições históricas atuais. As coisas estão tão difíceis no presente porque vivemos o ontem estatisticamente. Temendo o futuro, paralisamos e criamos expectativas acerca de uma era dourada, de modo que as coisas caminharam de mal a pior. Por conseguinte, na Psicologia, na vida do indivíduo, é de capital importância que nunca pensemos a vida desconsiderando a ação no agora, com a esperança de que algo sobrevenha no futuro sem que tenhamos construído. Esteja certo de que a vida nunca chegará se pensas deste modo. Deves viver a vida num espírito tal que concretizes cada momento o melhor das possibilidades."
Interpretations of Vision, vol. 6, p. 185 Jung.
Tá aí um texto que merece ser apreendido!

Um comentário:

Júnior disse...

Lindo texto Iris. "Com certeza" uma coisa para se ter sempre em mente. O passado já foi, e o futuro nunca vai chegar... só podemos viver hoje.


"A partir de hoje, não vou mais remoer os dissabores que o destino nos oferece, como sempre fiz. Quero aproveitar o presente sem ressucitar o passado; que ele fique lacrado no túmulo da indiferença... Sofreríamos menos se deixássemos de obcecar-nos com os desgostos de ontem e se nos limitássemos a viver apenas o dia de hoje."