quarta-feira, 9 de julho de 2014

eu não me torno, eu não sou.

Eu não me torno uma boa mãe por conta de todos os textos que leio sobre maternidade.
Eu não me torno uma boa pessoa por conta de todos os vídeos de ações bondosas que assisto.
Eu não me torno uma pessoa caridosa por conta de todas as pessoas caridosas que admiro.
Eu não me torno uma empreendedora por conta de tudo que já li sobre empreendedorismo.
Eu não me torno uma yogini por conta das práticas que tive no passado ou pelo que já li sobre yôga.
Eu não sou uma cientista por ter um título de mestrado e meio doutorado.
Eu não sou médica veterinária por ter cursado essa faculdade.
Eu não sou escritora por escrever um blog.
Entre outros...

Apesar de querer ser tudo isso.

É muito mais que isso.

É se despojar do ego, ir lá e fazer. O tal do "dar a cara a tapa", sabe? É o velho ditado: quem quer faz, quem não quer, inventa uma desculpa.
Simples assim.

Mas a gente complica. Inventa razões, olha para o próprio umbigo. Dimensiona nossas limitações e as disfarça com uma lamentação: Eu queria tanto! Mas...

Consumimos informações que nos satisfazem. Como bem pontuado neste vídeo aqui. Mas que não nos levam a nenhum lugar palpável. Já falei também sobre esse sentimento neste texto.
Só nos tornaremos melhores quando começarmos a produzirmos, errarmos, aprendermos, e sairmos do nosso mundo imaginário de admirar pessoas e assistir vídeos.

Claro que isso é um começo! Uma direção, uma inspiração, bem melhor do que se manter ignorante sobre o que se quer ser. Mas é preciso uma dose extra de esforço e coragem, para reconhecer que apenas isso não serve de muita coisa.

Coragem, pois é difícil olhar para si mesmo e não reconhecer a pessoa que se queria ser (ou se pensa ser). E ainda assim arrumar energia para sair da inércia interior e correr atrás do tempo perdido.

Pelo menos para mim...
Apreendido, por enquanto.




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