segunda-feira, 11 de maio de 2015

sobre criar filhos

Hoje é dia das mães.
Mas este não será um texto homenagem às mães. Não que elas não mereçam, mas é que venho percebendo a algum tempo uma dificuldade geral em criar filhos, principalmente no quesito compreensão mútua e paciência. A começar pela minha.
E ontem numa conversa entre amigas mencionei um livro que me ajudou e fiquei de passar mais detalhes para elas depois. Mas achei que talvez fosse melhor escrever algo um pouco mais aprofundado.

Ainda grávida, minha doula me emprestou um livro muito interessante e que foi o princípio da minha mudança na maneira de ver os bebês e crianças.
O livro se chama Besame mucho - Como criar seus filhos com amor, do pediatra espanhol Carlos Gonzalez. Eu até hoje não achei ele para comprar, então só consegui terminar de lê-lo por um pdf que achei na internet (quem quiser me escreve que eu envio). Mas se você procurar pelo nome do autor vai encontrar vários textos dele bastante interessantes.
Para mim foi um mundo novo que se abriu. Coisas como: não pega seu bebê muito no colo senão vai acostumar mal, não pode dormir junto com os pais porque senão vai ser assim pra sempre, tem que desmamar logo porque senão vai ficando pior... tem que deixar chorar um pouco pra não ficar cheio de vontade, entre outros mitos do mesmo estilo foram caindo por terra.
Neste post do blog Potencial Gestante tem um link para download do livro em espanhol se alguém quiser se aventurar.
Um pouco depois conheci a Cientista que Virou Mãe e seu post incrível sobre deixar bebês chorando, clique aqui.  Sobre o uso da chupeta. Entre outros autores sobre ignorar as birras. Sobre o "terrible two".
Depois disso surgiu a Criação com Apego, amamentação em livre demanda, cama compartilhada, sling, e um mundo sem fim de informações e transformações que foram ocorrendo.

Mas esse foi o caminho que eu trilhei, porque eu ia tendo dúvidas, dificuldades, e fazia o que sempre soube fazer. Ia pesquisar e ver as possibilidades de se resolver o problema. Graças a Deus nem todo mundo é assim, e por um tempo eu sofri até aceitar isso. Eu lia um mundaréu de coisas e queria que as outras mães também lessem, pelo potencial transformador dessas informações.
Porém, a transformação é uma porta que só se abre por dentro. E me conscientizei de que não havia chance de eu colocar nada na cabeça de ninguém, e que da mesma maneira eu encontrei essas informações, caso alguém sentisse necessidade de mudar também daria um jeito de encontrá-las ou de encontrar algo que fizesse sentido para cada um.

Conforme o Dudu foi crescendo, outras dificuldades foram surgindo. Suas vontades foram aparecendo, sua curiosidade, e de repente me vi em apuros e gritando com ele. Fiquei transtornada... não era isso que eu queria!! Eu tinha lido e estudado tanto, como que não conseguia colocar em prática?
Primeiro veio a compreensão do que se movimentava dentro de mim.
Depois, eu sendo absolutamente e totalmente contra qualquer tipo de violência contra crianças (incluindo gritos e rótulos), comecei a reconhecer o meu lado que precisava de ajuda. Então muitos textos me ajudaram na época. Esse aqui sobre palmadas da Cientista que virou mãe é um. Este outro da Luzinete. O Livro da Maternagem também é bastante elucidativo. E por fim o livro da Lígia:  Educar sem violência - criando filhos sem palmadas.

Compreender o que meu filho tenta expressar quando faz uma birra é uma experiência fantástica desde que eu aprendi a olhar além da relação de poder (eu mando, você obedece), desde que aprendi a perceber sua necessidade, desde que aprendi a ouvi-lo e a ajudá-lo a se expressar de outra maneira.

Não foi fácil, não é fácil. Ainda tenho imensa dificuldade em inúmeros aspectos. Mas depois disso meu maternar tem sido muito mais tranquilo, prazeroso e com menos remorço.
Para mim o crucial foi entender o que acontecia com ele, de acordo com sua fase de desenvolvimento, e muito mais o que acontecia comigo.
Para isso, recomendo Laura Gutman e seu livro: Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra.

Por isso brinco que a maternidade foi um catalizador das mudanças em mim. Sempre me lembro da explicação clássica do que é um catalizador numa reação química: uma substância que acelera potencialmente uma reação mas que ao final é liberado da mesma maneira que entrou. Ou seja, ele não é transformado, mas sem ele a reação poderia inclusive nunca acontecer.
Assim eu vejo a maternidade: um melhorador de alma, um catalizador do amor, desde que nos entreguemos a ela e permitamos nos ouvir, compreender, amar. Porque não tem força mais poderosa nesse mundo que a do exemplo: se eu não quero que meu filho grite, eu não vou gritar com ele. Se eu não quero que ele bata, eu não vou bater nele. Se eu quero que ele seja compreensivo, tenho que primeiro compreende-lo. E por aí vai... ao infinito e além :)

Outros links úteis:
Criação com apego
http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2012/08/criacao-com-apego-verdades-mentiras.html
http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2012/02/attachment-parenting-criacao-com-apego.html
http://paizinhovirgula.com/
http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2015/07/quando-o-amor-aos-filhos-ressignifica.html

Soluções e dicas
http://paizinhovirgula.com/disciplina-positiva-primeiros-passos/
http://paizinhovirgula.com/cantinho-do-pensamento-por-que-e-uma-porcaria/
http://paizinhovirgula.com/criacao-com-apego-birra-manha-e-afins/
http://paizinhovirgula.com/12-alternativas-para-o-castigo-disciplina-positiva/
http://cirandamaterna.blogspot.com.br/2012/09/supermercado-com-criancas.html?q=compras

Ciência
http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2013/08/filhos-saudaveis-nao-brotam-no-jardim.html

Compreendendo seu filho
http://cirandamaterna.blogspot.com.br/2013/12/nao-me-deixe-para-tras.html
http://portal.aprendiz.uol.com.br/arquivo/2013/08/08/o-dia-em-que-parei-de-mandar-minha-filha-andar-logo/

Blogs e comunidades interessantes
Não pule da janela
Vila Mamífera
Maternar Consciente
Conexão pais e filhos (fanpage)
Maternidade Consciente (grupo)
Bater em Criança é Covardia (fanpage)

Congresso online
http://maternagemconsciente.com.br/
Para pensar:



E para você, o que faz sentido?


Nenhum comentário: